ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO POR NOSSA PROFESSORA DA CLASSE DOS JOVENS, CHARLENE.
Gálatas 2.16
Sabendo que o homem
não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também
crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas
obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.
A paz do senhor Jesus meus irmãos, neste domingo a lição nos
traz “Os Dez Mandamento Do Senhor”.
MANDAMENTO
mitswãh ( "mandamento”.
Este substantivo ocorre 181 vezes no Antigo Testamento. Sua primeira ocorrência
e em Gn 26.5, onde mitswãh é sinônimo de hõq ("estatuto")
e tôrãh (“lei”): “Porquanto Abraão
obedeceu a minha voz e guardou o meu mandado [mandamento], os meus preceitos,
os meus estatutos e as minhas leis”.
No Pentateuco. Deus sempre é o
Doador do mitswãh: "Todos os mandamentos que hoje vos ordeno
guardareis para os fazer, para que vivais, e vos multipliqueis, e entreis, e
possuais a terra que o SENHOR jurou a vossos pais. E te lembraras de todo o
caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus. te guiou no deserto estes quarenta anos, para
te humilhar, para te tentar, para saber o que estava no teu coração, se
guardarias os seus mandamentos ou não” (Dt 8.1,2). O “mandamento”pode
ser uma prescrição (“tu não farás”) ou uma proscrição (“tu não farás"). Os
mandamentos eram dados na audiência dos israelitas (Ex 15.26; Dt 11.13). que
deviam “obedecê-los” (Lv 4.2SS) e “guardá-los” (Dt 4.2; SI 78.7). Qualquer
fracasso em não obedecê-los significava quebra do concerto (Nm 15.31), transgressão
(2 Cr 24.20) e apostasia (1 Rs 18.18).O plural de mitswãh denota “corpo
de leis” dado por revelação divina. As traduções da Septuaginta são: entole (“mandamento;
ordem") e prostagma (“ordem; mandamento;injunção”).
Os Dez Mandamentos, escritos em ÊXODO 20.1-17.
No capitulo 19 de ÊXODO, uma linda passagem, o povo tem uma experiência, ouvindo o próprio Deus, que
falava primeiro com o povo do monte em
chamas. Esta era “uma voz audível e terrível, a voz de Jeová, soando como
trombeta pela multidão (19.16: 20.18)”.
Este modo de descrever o evento
não indica que Deus tenha cordas vocais como o homem, mas assevera que Deus
criou um som audível que, de forma inteligível, enunciava suas palavras para o
homem. Depois que ouviram aquela voz, preferiram que Moisés (ver.19) lhes
falasse.
E importante saber que era o SENHOR, teu Deus , que estava
falando. Estas palavras foram ditas por Deus ao povo como normas orientadoras
para toda a humanidade. Não basta afirmar que são pertinentes apenas para a
época em que foram dadas. “Deus queria que os israelitas entendessem claramente
que fora Ele mesmo que lhes dera os mandamentos.” Além disso, as pessoas
ouviram todas estas palavras . No original hebraico, os Dez Mandamentos são
chamados “dez palavras” (34.28; Dt 4.13; 10.4; daí o título Decálogo, lit.,
“dez palavras”). Estes dizeres não foram copiados do Egito ou de outras nações,
como alguns suspeitam.
"As
declarações do monte Sinai são nobres e inteiramente diferentes de qualquer
coisa encontrada em todo o conjunto da literatura egípcia.”
Deus deu estas palavras não como meio de salvação, porque
este povo já estava salvo do Egito, mas como norma de conduta. Levando em conta
que a obediência era uma cláusula para a continuação do concerto (Êxodo19.5),
estas palavras se tornaram a base de perseverança na qualidade de povo de Deus.
Paulo deixou claro
que a observância da lei não é meio de salvação pessoal, pois a justificação é
pela fé em Cristo (Gl1 2.16). A lei conduz a Cristo, mas não salva (Gl1 3.24).
“Se não é verdade que podemos cumprir a lei para ganhar o céu, é igualmente
falso que podemos quebrá-la sem sermos punidos ou sentirmos remorso.” Deduzimos
que esta lei moral foi dada como fundamento providencial para a fé do povo de
Deus. Quem o ama observa sua lei. Dividir a lei em lei moral, lei cerimonial e
lei civil é, por um lado, útil, e, por outro, enganoso. Lógico que a lei moral
do Decálogo é básica e expressa a responsabilidade de todos os homens. Mas as
outras leis dadas a Israel também eram igualmente obrigatórias. “As leis de Deus
eram demonstração de sua justiça, por meio de símbolos, e forneciam uma
disciplina pela qual, os israelitas poderiam ser conformados à santidade de
Deus.” As leis sociais e cerimoniais mudam, mas as relações fundamentais entre
Deus e o homem, e entre os homens, conforme exaradas no Decálogo são eternas.
A divisão dos
Dez Mandamentos
É entendida de modos variados. Seguindo Agostinho, a Igreja
Católica Apostólica Romana e a Igreja Luterana consideram os versículos 2 a 6 o
primeiro mandamento e dividem o versículo 17, que trata da cobiça, em dois
mandamentos. O judaísmo hodierno reputa que o versículo 2 ordena a crença em
Deus e é a primeira palavra; e combina os versículos 3 a 6 na segunda. A
divisão aceita nos primórdios da igreja torna o versículo 3 o primeiro
mandamento e os versículos 4 a 6 o segundo. Esta posição foi “apoiada por
unanimidade pela igreja primitiva, e é mantida hoje pela Igreja Ortodoxa
Oriental e pela maioria das igrejas protestantes”.19
Os primeiros quatro mandamentos compõem a primeira tábua do
Decálogo e mostram a relação apropriada do homem com Deus. Têm seu cumprimento
no primeiro grande
Êxodo 20.3-6 O Concerto
Mandamento: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento” (Mt 22.37). Os
últimos seis mandamentos lidam com as relações humanas e cumprem-se no amor ao
próximo como a si mesmo.
1. O Primeiro Mandamento: Não Ter Outros Deuses (20.3)
O versículo 2 é a introdução do primeiro mandamento. Deus
identifica quem tirou os filhos de Israel da servidão egípcia: O SENHOR. Visto
que ele os libertara e provara que era supremo, eles tinham de torná-lo seu
Deus. Não havia lugar para competidores. Todos os outros deuses eram falsos.
Perca
“Diante de mim” no versículo 3 significa “lado a lado comigo
ou além de mim”. No versículo 20 Deus não esperava que Israel o abandonasse;
Ele sabia que o perigo estava na tendência de prestar submissão igual a outros
deuses. Este mandamento destaca o monoteísmo do judaísmo e do cristianismo.
“O primeiro mandamento proíbe todo tipo de idolatria mental
e todo afeto imoderado a coisas terrenas e que podem ser percebidas com os
sentidos.” Não existe verdadeira felicidade sem Deus, porque Ele é a Fonte de
toda a alegria. Quem busca alegria em outros lugares quebra o primeiro
mandamento e acaba na penúria e em meio a acontecimentos trágicos.
2. O Segundo Mandamento: Não Fazer Imagens (ÊXODO 20.4-6)
“Como o primeiro mandamento afirma a unidade de Deus e é um
protesto contra o politeísmo, assim o segundo afirma sua espiritualidade e é um
protesto contra a idolatria e o materialismo.” Embora certas formas de
idolatria não sejam materiais — por exemplo, a avareza (Cl 3.5) ou a
sensualidade (Fp 3.19) —, o segundo mandamento condena primariamente a
fabricação de imagens (4) na função de objetos de adoração. Este tipo de
idolatria sempre existiu entre os povos pagãos mais simplórios do mundo. A
história de Israel comprova que esta tentação é traiçoeira.
Estas imagens pagãs eram feitas na forma de coisas vistas no
céu, na terra e nas águas. Estas imagens não deveriam se tornar objetos de
adoração: Não te encurvarás a elas (5). Os versículos 4 e 5 devem ser
considerados juntos. Não há condenação para a confecção de imagens, contanto
que não se tornem objetos de veneração. No Tabernáculo 25.31-34) e no primeiro
Templo (1 Rs 6.18,29) havia obras esculpidas. A idolatria consiste em
transformar uma imagem em objeto de adoração e atribuir a ela poderes do deus
que representa. Se considerarmos que gravuras ou imagens de pessoas possuam
poderes divinos e que sejam adorados, então elas se tornam ídolos.
Deus apresentou os motivos para esta proibição. Ele é Deus
zeloso, no sentido de que não permite que o respeito e a reverência devidos a
Ele sejam dados a outrem. Deus não regateia o sucesso ou a felicidade para as
pessoas, como faziam os deuses gregos. E para o bem dos filhos de Deus que eles
devem consagrar e reverenciar o nome divino. Deus
pune a desobediência e recompensa a obediência . Muitos questionam o julgamento
nos filhos de pais ofensores, mas tais julgamentos são temporários (ver Ez
18.14-17) e aplicam-se às conseqüências, como, por exemplo, doenças, que
naturalmente seguem as más ações. O medo de prejudicar os filhos deveria
exercer coibição salutar na conduta dos pais. As perdas que os filhos sofrem
por causa da desobediência parental podem levar os pais ao arrependimento. Na
pior das hipóteses, a pena vai até à terceira e quarta geração, ao passo que a
misericórdia é mostrada a mil gerações quando há amor e obediência.
3. O Terceiro Mandamento: Não Tomar o Nome de Deus em Vão (20.7)
Tomar o nome do SENHOR, teu Deus, em vão é “recorrer ao
irrealismo, ou seja. servir-se do nome de Deus para apelar ao que não é expressão
do caráter divino”.Tal uso profano do nome de Deus ocorre no perjúrio, na
prática da magia e na invocação dos mortos. A proibição é contra o falso
juramento e também inclui juramentos levianos e a blasfêmia tão comum em nossos
dias. “Este mandamento não obsta o uso do nome de Deus em juramentos verdadeiros
e solenes.” Deus odeia a desonestidade, e é pecado sério alguém usar o nome
divino para encobrir um coração mau, ou para se fazer melhor do que se é. A
pessoa que procura disfarçar uma vida pecaminosa, ao mesmo tempo em que
professa o nome de Cristo, quebra este terceiro mandamento. Tais indivíduos são
culpados diante de Deus (versículo7) e só recebem misericórdia depois de se
arrependerem. Os justos veneram o nome de Deus por ser santo e sagrado.
4. O Quarto Mandamento: Santificar o Sábado (20.8-11)
O uso do verbo lembra-te (8) insinua que é fácil
negligenciar o dia santo de Deus. Tinha de ser mantido em ininterrupta
consciência e santificado, ou seja, “retirado do emprego comum e dedicado a
Deus” (ATA). Todo o trabalho comum seria feito em seis dias (9), ao passo que o
sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus (versículo10). Era um dia dedicado,
separado, a ser dado inteiramente a Deus.
Ninguém deveria trabalhar neste sétimo dia. O senhor não
deveria fazer seus servos trabalharem. Até os animais tinham de descansar do
trabalho cotidiano. Havia proibições específicas, como a ordem de não colher
maná (Êxodo16. 26), não acender fogo (Êxodo 35.3), não apanhar lenha (Nm
15.32-36). Embora o foco seja negativo, a lei permitia o trabalho necessário,
como o trabalho de sacerdotes e levitas no Templo, o atendimento a doentes e o
salvamento de animais (cf. Mt 12.5,11).
A razão para observar o sábado é que Deus fez a terra em
seis dias e ao sétimo dia descansou; portanto, abençoou o SENHOR o dia do
sábado e o santificou (111. As Escrituras não fazem uma lista de coisas que se
deve fazer no sábado. A inferência inequívoca é que o dia é de descanso e
adoração. As ocupações seculares e materialistas devem ser substituídas por atividades
espirituais. Cristo condenou o legalismo que deu ao dia a forma severa e
insensível, embora não tenha anulado a sacralidade do dia. Foi ordenado para o
bem do homem (Mc 2.23-28).
A observância do dia do Senhor (domingo) como o sábado
cristão preserva o princípio moral que há neste mandamento. A mudança do sábado
judaico para o sábado cristão foi feita gradualmente sem perder necessariamente
o propósito de Deus para este dia santo.26 Notamos que os versículos 9 e 10 não
especificam o sábado nem “o sétimo dia da semana” como o dia do descanso
sabático. A letra do mandamento é cumprida pela observação do dia seguinte aos
seis dias de trabalho, como faz o cristão.
5. O Quinto Mandamento: Honrar os Pais (20.12)
Honra a teu pai e a tua mãe é o primeiro mandamento em
relação aos homens e rege o primeiro relacionamento que a pessoa tem com
outrem: a relação dos filhos com os pais.
Este mandamento é tão básico que é amplamente universal. A maioria das
sociedades reconhece a importância de filhos obedientes. A melhor exegese deste
versículo é a exortação de Paulo encontrada em Efésios 6.1-3, onde ele destaca
as responsabilidades de pais e filhos. Com este mandamento ocorre uma promessa.
Quem honra os pais tem a garantia de vida longa. O propósito desta promessa
visava a nação em sua permanência na Palestina e o indivíduo que obedece. A
promessa ainda vigora: a nação cujos filhos são obedientes permanece sob a
bênção de Deus, e os indivíduos obedientes aos pais têm a promessa de vida mais
longa. Haverá exceções a esta regra, mas aqui destacamos sua aplicação geral.
6. O Sexto Mandamento: Não Matar (20.13)
A vida é a possessão humana mais estimada e é errado privar
alguém da vida sem justa causa. A história de Israel mostra que este mandamento
não é absoluto. Houve
a adição de outras cláusulas, como o homicídio desculpável (Êxodo21. 13), o
homicídio acidental (Nm 35.23) e o homicídio justificável (Êxodo 22.2). Israel
também foi autorizado a matar os inimigos. Não há exegese racional que condene
a pena de morte ou a guerra simplesmente com base neste mandamento. Jesus
esclareceu seu significado quando o citou: “Não matarás” (Mt 19.18).
Não há justificativa para a instigação de motins e rebeliões
desnecessárias ou outras condições semelhantes que levem ao derramamento de
sangue. Há responsabilidade evidente pelo cuidado adequado em viagens, projetos
construtivos e jogos esportivos onde haja perigo. Esforços individuais e
comunitários são necessários para a preservação da vida humana. Mas este
mandamento não requer nem justifica o prolongamento da vida por meio de
remédios e equipamentos auxiliares quando a esperança pela vida normal se
extingue.
7. O Sétimo Mandamento: Não Adulterar (20.14)
A pureza sexual é o princípio subjacente neste mandamento.
Adultério constituiu-se em relações sexuais ilícitas feitas por alguém casado.
Tratava-se de pecado contra a família. Mas este mandamento é aplicável a todos
os tipos de imoralidade sexual. A concepção em vigor atualmente que afirma
haver exceções a esta regra não tem justificativa. Jesus deixou claro que o
adultério está no coração e ocorre antes do ato (Mt 5.28). Este mandamento
condena todas as relações sexuais que acontecem fora do laço matrimonial.
Também infere a proibição de atos que precedem e conduzem ao ato sexual.
8. O Oitavo Mandamento: Não Furtar (20.15)
Este mandamento regula o direito da propriedade particular.
E errado tomar de outro o que é legalmente dele. Constitui roubo quando a
pessoa se apossa do que legalmente pertence a uma empresa ou instituição. Não
há justificativa para a “apropriação” mesmo quando a pessoa sente que o produto
lhe é devido. Este mandamento é quebrado quando a pessoa intencionalmente
preenche a declaração do Imposto de Renda com informações falsas, desta forma
retendo tributos devidos ao governo. Esta prática é imprópria mesmo que o
cidadão desaprove o governo.
Também passa a ser roubo o ato de tirar vantagens de outrem
na venda de propriedades ou produtos, ou na administração de transações
comerciais. E impróprio pagar salários mais baixos do que devem receber por
direito. O amor do dinheiro é o pecado básico condenado por este mandamento. A
obediência é perfeita somente com um coração puro.
9. O Nono Mandamento: Não Dar Falso Testemunho (20.16)
Enquanto que o roubo nos priva da propriedade, a conduta da
falsa testemunha nos rouba da boa reputação. Seja no tribunal ou em outro
lugar, nossa palavra sempre deve ser verdadeira. Não devemos divulgar um relato
até que verifiquemos sua veracidade. A repetição da fofoca é imoral; antes de
falar devemos averiguar a correção do que dizemos. Há ocasiões em que mesmo a
informação verdadeira não deve ser propagada; não temos a obrigação de anunciar
a todos o que sabemos que é a verdade. Mas quando falarmos, até onde sabemos,
sempre devemos dizer a verdade.
10. O Décimo Mandamento: Não Cobiçar (20.17)
Este último mandamento está por baixo dos quatro
precedentes, visto que atinge o propósito do coração. Matar, adulterar, roubar
e mentir são resultados de desejos errados que inflamam nosso ser. E singular
que a lei hebraica inclua este desafio ao nosso pensamento e intenção. “Os
antigos moralistas não reconheciam esta condição” e não condenavam os desejos
maus. Mas é no coração onde se inicia toda a rebelião, e este mandamento revela
o aspecto interior de todos os mandamentos de Deus.
Paulo reconheceu este aspecto interior da lei quando se
conscientizou de sua condição pecaminosa (Rm 7.7). Muitas pessoas são
absolvidas de crimes com base em atos exteriores, mas são condenadas quando
levam em conta os pensamentos interiores. Estes desejos cobiçosos são, por
exemplo, pela propriedade ou pela mulher pertencente ao próximo (versículo 17).
Tais desejos criminosos precisam ser purgados pelo Espírito de Deus; só assim
viveremos em obediência perfeita à santa lei de Deus.
Que Deus em Cristo abençoe sua vida.