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LIÇÃO 9ª – O MINISTERIO DE PASTOR
sábado, 31 de maio de 2014 Seja o primeiro a comentar!
OBS: Pedimos Desculpas pelo atraso nessa postagem, tudo foi por causa de um problema técnico.
ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELA PROFESSORA DA CLASSE DOS ADOLESCENTES, A JOVEM MAYARA.
INTRODUÇÃO
Em
continuidade aos dons ministeriais, estudaremos na lição desta semana (9ª) a
cerca do “Ministério de Pastor”.
Pastor quer dizer “apacentador de ovelhas”, aquele que ajuda
e cuida das Ovelhas. Portanto há aqueles que possuem a “chamada de Deus”, para
seguirem o Ministério Pastoral. Para serem líderes, guiar as ovelhas [Jo 10:4],
apascenta-las, visitar os enfermos, dedicar-se à pregação e ao ensinamento da
Palavra. Por ser uma grande responsabilidade, ser pastor é uma tarefa árdua,
lidar com os deveres da igreja local com questões tanto internas quanto
externas, o cuidado com as pessoas do rebanho, o ensinamento da palavra, administração
dos trabalhos e dedicação a oração. Mas além da responsabilidade imposta e por
mais árdua que seja a dedicação ao trabalho, uma liderança responsável e madura
é essencial para o crescimento da igreja.
Jesus é o Sumo Pastor. Ele mesmo se apresenta como tal “Eu
sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas[Jo 10:11]” ou seja,
Cristo é o pastor em todas as possibilidades existentes. Ele guia o seu povo,
nos libertou do pecado, venceu a morte e acima dele não há outro. É Ele o exemplo
a ser seguido por todos aqueles que desejam ministrar a igreja do Senhor. Em
João 10:14 podemos ver que apesar da grandeza do Senhor, o bom pastor, a
intimidade que Ele tem com seu rebanho, de falar com cada uma de suas ovelhas,
nos fazendo ouvir sua voz e não atender a nenhum outro pastor. É o bom pastor
que tem cuidado de nós [Sl 23].
Diversas são as características encontradas num pastor; ser
um exemplo a todos até aos incrédulos; ser um líder exemplar primeiramente em
sua família(caso contrário, seu ministério jamais terá seriedade) porém, há
duas básicas que todo pastor deve possuir: Manejar bem a palavra da verdade [
2Tm 2:15] e ser apto a ensinar [1Tm 3:2]. Primeira função do pastor: Alimentar
as ovelhas, ou seja, alimenta-las com a palavra da verdade; Segunda: Cuidar do
rebanho. De forma voluntária, com amor; E Terceira: Ter alegria e bom ânimo na
obra. Portanto “Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação... [ 1Ts
4:3a] ou seja, é isso que Deus quer de vós, limpeza, é orientar a ovelha quanto
á seu comportamento e seus hábitos. A principal característica do pastor é o
caráter íntrego, é pregar o que vive. São vãs as palavras de um pastor que
prega algo quando na sua vida não pratica. Pois para proclamar o Evangelho, a
melhor palavra pastoral é a vida do pastor em sintonia com o Evangelho [ Mt
7:24].
Portanto, a missão pastoral é múltipla. Deve-se cuidar dos
novos convertidos; aconselhar, evangelizar; o principal que é a pregação da
Palavra de Deus, administrar os bens da igreja; e cuidar de todo o seu rebanho
com amor, dedicação, zelo e compaixão porem,
há os falsos pastores que exploram suas ovelhas que apascentam a si mesmo e não
á elas. Podemos ver em Ezequiel 34:8-10 que Deus é contra os falsos pastores.
CONCLUSÃO
Então, oremos pelos pastores que foram escolhidos por Deus
para crescer o rebanho do Senhor (a igreja) na graça e no conhecimento do
evangelho. Apoiemos á estes servos de Deus que estão á frente das igrejas com
essa grande responsabilidade nas mãos. Eles precisam da graça divina, e se
alimentar cada vez mais da Palavra de Deus, para realizar a obra para honra e
Glória do Senhor.
Deus vos Abençoe!!
LIÇÃO 8ª - O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA
sexta-feira, 23 de maio de 2014 Seja o primeiro a comentar!
Este Comentário Foi Escrito Pelo Nosso Professor da Classe dos Jovens, Lucas Viera.
Desde a
criação do homem, sempre houve uma preocupação da parte de Deus em relação à
revelação da sua palavra. Com a vinda de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e
a descida do Espírito Santo (At 2.1-13) os dons ministeriais nos foram
apresentados (Ef 4.11), os quais contribuem para a ministração do evangelho.
Nesta
semana estudaremos o ministério de evangelista que é de suma importância na
evangelização.
Vemos grades exemplos de evangelistas no NT,
como, por exemplo, Filipe. Este grande homem de Deus era cheio do Espirito
Santo e realizava muitos milagres em nome de Jesus (At 8.6,7). Em Atos 8.26,
vemos o dom de Deus em sua vida, pois ele deveria ir para a banda do Sul, ao
caminho que desce de Jerusalém para Gaza. Esta cidade estava a 96 quilômetros a
sudoeste de Jerusalém. Filipe faria uma viajem longa, só de Samaria para
Jerusalém seriam cerca de 56 quilômetros. O servo do Senhor inicia sua viagem e
encontra-se com um homem etíope, eunuco, mordomo-mor (ou alto oficial) o qual
tinha ido para Jerusalém em peregrinação e estava sentado no seu carro lendo o
profeta Isaías. Observamos no v.29 que o Espirito de Deus impulsionou Filipe
para chegar-se ao etíope, isso nos mostra a infalível participação de Deus no
trabalho evangelístico. Após correr para alcançar o carro, Filipe interroga o
eunuco dizendo: Entendes tu o que lês? –uma simples pergunta, mas deu inicio a
um dialogo que salvaria a alma do rico eunuco. Logo o eunuco responde que não
pode entender sem que ninguém o explique e roga (exigiu ou suplicou) para que
Filipe suba no carro e esclareça a passagem lida “Então Filipe, abrindo a boca
e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus” (At 8.35). O eunuco foi
impactado com a palavra de Deus, pediu que o carro parasse para que Filipe o
batizasse (At 8.37-39). Alguns podem achar desnecessário, como Deus enviou o
seu servo tão longe para pregar a um homem que nem entendia a sua palavra? Mas
essa é a maravilha da palavra que não é entendida pelo mundo (1Co 1.18) e que
também foi a missão de Jesus (Lc 5.30,31).
Também podemos citar outros homens,
que não viveram no mesmo período dos grandes homens citados na bíblia, porém
suas contribuições para o crescimento da Igreja de Cristo nos deixam
testemunhos de fé e persistência. Davi Brainerd (1718-1747) foi um desses
grandes Homens. Após sua conversão recebeu de Deus a missão de evangelizar os
índios de uma tribo chamada silvícolas. Depois de quase ser morto pelos
indígenas o Senhor lhe concedeu a oportunidade de pregar e levar a tribo ao
arrependimento de seus pecados, como disse no seu diário:
Preguei aos índios sobre Isaías
53.3-10. Muito poder acompanhava a palavra e houve grande convicção entre os
ouvintes; contudo, não tão geral como no dia anterior. Mas a maioria ficou
comovida e em grande angústia de alma; alguns não podiam caminhar, nem ficar em
pé: caíam no chão como se tivessem o coração transpassado e clamava sem cessar…
Brainerd se deparou com grandes dificuldades e enfrentou a
idolatria, pois descobriu que os índios se reuniam para adorar demônios, mas o
Senhor lhe concedeu vitória.
À tarde preguei sobre Lucas
15.16-23. Havia muita convicção entre os ouvintes, enquanto eu discursava; mas,
ao falar particularmente, depois, a alguns que se mostravam convictos, o poder
de Deus desceu sobre o auditório como um vento veemente e impetuoso e varreu
tudo de uma maneira espetacular.
Independente de todas as dificuldades do
trabalho evangelístico, temos confiança em Jesus que intercede por nós (Jo
17.20-26), sabemos que Cristo está conosco, pois Ele mesmo nos disse em sua
palavra (Mt 28.20). Por esse motivo devemos insistir na ministração da palavra
até que o dono da palavra nos leve com Ele. “Visto como, na sabedoria de Deus,
o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os
crentes pela loucura da pregação” (1Co 1.21).
LIÇÃO 7ª - O MINISTÉRIO DE PROFETA
sexta-feira, 16 de maio de 2014 Seja o primeiro a comentar!
ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELO NOSSO VICE- DIRIGENTE DA NOSSA ESCOLA EM PEREIRA CARNEIRO O IRMÃO FLÁVIO JOSÉ.
INTRODUÇÃO
Deus
nunca desamparou seu povo. Sempre lhe deu líderes, reis, sacerdotes, profetas e
pastores, porém a influência marcante foi exercida pelos profetas; seu trabalho
consistia no ensino e ação. O que poderia parecer mero descuido da Lei para o
homem comum, era visto como um horrendo desastre pelo profeta, tal sua
sensibilidade diante do pecado, (Jr 2: 12, 13, 19). O profeta não somente ouvia
a voz de Deus como sentia seu coração, (Jr 6: 11; 20: 9). Tal compreendia
melhor do que ninguém os propósitos de Deus para o povo com quem tinha um
pacto.
A
MENSAGEM DOS PROFETAS
Normalmente continha advertências aos
que colocavam sua confiança em outras coisas e não em Deus, tais como na
sabedoria humana, (Jr 8: 8,9; 9: 23, 24); na riqueza, (Jr 8: 10); na
autoconfiança, (Os 10: 12,13); no poder opressor; em outros deuses. Constantemente o profeta
desafiava a falsa santidade do povo judeu e tentava desesperadamente encorajar
sincera obediência à Lei. A dedicação dos profetas eram homens totalmente
dedicados a Deus. Detestava o “meio" compromisso, a entrega parcial a
Deus. A fidelidade ao Senhor deveria ser total. Isso implicava em esforçar-se
para levar o povo a uma completa submissão a Deus. Os profetas não aceitavam
uma sociedade injusta, mas lutavam pela manutenção dos princípios do pacto do
Sinai e por eles davam a vida. Condenavam
especialmente a opressão social, ou seja, não admitiam que os mais ricos
explorassem os que nada tinham, (Am 4: 1). Também pregavam contra a bajulação
aos abastados, usada para conseguir qualquer favor, (Am 6: 1). Por esses
posicionamentos, vemos que o povo de Deus tinha e tem de ser comprometido com o
seu Deus e não com o homem. A mensagem profética é muito atual.
O PROFETA NA IGREJA PRIMITIVA
No Novo Testamento não há o ofício
profético como havia no Antigo, mas há o dom de profecia, ( 1Co 12: 28, 29 e Ef
4: 11). Nessas passagens, o profeta é citado imediatamente após os apóstolos, e
está associado aos mestres, como se vê na Igreja de Antioquia, (At 13: 1). Eram
também considerados alicerces (fundamentos) sobre os quais a Igreja foi
edificada, (Ef 2: 20). Os profetas do
Novo Testamento tinham como função a proclamação e a predição; eram canais
através do qual Deus transmitia uma orientação especial à Igreja. Foi, por
exemplo, o que fez Ágabo, (At 11: 28; 21: 10 e 11); e Judas e Silas, (At 15: 32).
Esses homens, usados pelo Espírito Santo, tinham objetivos definidos em sua
atuação, (1Co 14: 3); tornando-os responsáveis pela pregação da mensagem
completa sobre o pecado e a salvação, alertando sobre a ira e a graça de Deus. Os
profetas do NT não eram fonte de novas verdades doutrinárias a serem absorvidas
pela Igreja e sim expositores da verdade já revelada por Jesus e pelos
apóstolos. Eram dotados do dom
sobrenatural de conhecer, e com a liberdade de revelar, os “segredos do coração
humano”, (1Co 14: 24,25).
CONCLUSÃO
Portanto, é natural que procuremos
hoje em dia por profetas verdadeiros. A rejeição aos profetas nos momentos
cruciais da história sempre gerou sérias consequências para o professo povo de
Deus, porque a rejeição de um profeta implica, de acordo com (Lc 10:16), na
rejeição daquele que o enviou. Caso reconheçamos em nossos dias Deus falando
através de um mensageiro humano, devemos respeitar a sua relevância e
considerar com seriedade os seus ensinos. Afinal de contas o profeta é um
enviado de Deus para nos abençoar e proteger.
LIÇÃO 6ª - O MINISTÉRIO DE APÓSTOLO
sábado, 10 de maio de 2014 Seja o primeiro a comentar!
ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO PELO NOSSO VICE- DIRIGENTE DA NOSSA ESCOLA EM PEREIRA CARNEIRO O IRMÃO FLÁVIO JOSÉ.
INTRODUÇÃO
Ainda
a título de complementação dos estudos que temos tido sobre a Segunda Carta de
Paulo aos Coríntios, faremos um breve estudo a respeito do ministério
apostólico, questão oportuna já que têm surgido, no meio evangélico, inúmeros
“apóstolos”, tendo sido esta epístola uma defesa que Paulo fez de seu
apostolado à igreja em Corinto.
Ao
verificarmos o que a Bíblia fala sobre os apóstolos, bem como as
características do apostolado, mediante a defesa que Paulo faz em II Coríntios,
percebemos nitidamente que o ministério apostólico ficou restrito aos doze
escolhidos pelo Senhor Jesus e que os “apóstolos do século XXI”, mesmo que o
ministério apostólico tivesse perdurado até os dias de hoje (o que não parece
ser o caso na melhor interpretação bíblica), não passariam dos “falsos
apóstolos” mencionados pelo próprio Cristo em Ap.2:2.
Tudo
indica que Paulo, quando escreveu estas palavras, tinha em mente a lista dos
ministérios relacionados em 1 Coríntios 12.28. A passagem coríntia compreende uma
lista mais longa de dons espirituais (charismata). Mas nesta passagem, Paulo está
interessado em apresentar os ofícios necessários para a expansão e sustento da igreja.
Cristo deu à igreja os apóstolos: os ministros supremos, os doze que haviam visto
o Senhor ressurreto e recebido suas tarefas diretamente dele. Os profetas têm posição
proximal à dos apóstolos, e o seu dom especial era o de ministério inspirado. Foulkes
afirma que a função primária dos profetas era similar à dos profetas do Antigo Testamento:
“anunciar” a palavra de Deus. Porém, ocasionalmente prediziam acontecimentos
futuros, como em Atos 11.28 e 21.9,l l .30 Os evangelistas eram pregadores itinerantes,
que iam de lugar em lugar para ganhar os incrédulos (cf. 2 Tm 4.5), de modo muito
semelhante como se faz hoje. Certos intérpretes sugerem que as primeiras três categorias
se aplicam à igreja universal, ao passo que as outras duas se ajustam
especificamente à igreja local. Pastores são pastores de um rebanho de
comunicantes; a palavra grega (poimen) empregada aqui significa, literalmente,
“pastor de ovelhas”. A tarefa dos pastores é alimentar o rebanho e protegê-lo
dos perigos espirituais. Doutores pode ser uma outra função do pastor. Bruce
afirma que estes dois termos “denotam a mesma e uma única classe de homens”.31
Contudo, pode ser que os doutores representem uma classe de responsabilidade um
tanto quanto menor que os pastores, mas que, mesmo assim, detêm lugar especial
na igreja. Os cinco ministérios são concedidos pelo Espírito e dados por Cristo
à sua igreja.
CONCLUSÃO
Esta “apostolice” é mais um eloquente sinal de
que estamos em plena apostasia, no ocaso de nossa dispensação. Olhemos para
Jesus, o autor e consumador da nossa fé, para que não sejamos enganados e
peçamos a Deus misericórdia para que alcancemos, no final de nossa jornada, o
mais importante título que alguém pode conseguir: o de servo. Amém!
LIÇÃO 5ª - DONS DE ELOCUÇÃO
sábado, 3 de maio de 2014 Seja o primeiro a comentar!
ESTE COMENTÁRIO FOI ESCRITO POR NOSSA PROFESSORA DA CLASSE DOS JOVENS, CHARLENE.
Graça e paz a todos os leitores deste Blog, que Deus em
Cristo vos abençoe em toda sua vida, que compreendas o poder de Deus que opera
na vida dos seus filhos, através de Jesus Cristo seu filho.
Primeiramente, Paulo
apresenta algumas idéias gerais, depois mostra que todos os dons vêm do mesmo
Espírito e, finalmente, menciona uma relação de dons específicos.
Os coríntios haviam perdido seu senso de valores em relação
aos vários dons do Espírito Santo. Eles começaram a considerar as manifestações
de êxtase como sendo os melhores dons espirituais, e tiveram a tendência de
minimizar outros ministérios do Espírito. No capítulo 12 Paulo declara duas
verdades simples. Em primeiro lugar, todos os dons vêm do mesmo Espírito Santo
e não podem se opor uns aos outros. Depois o apóstolo dá exemplos da
importância de todos os dons comparando os membros da Igreja à estrutura do
corpo humano.
1. Os Dons Espirituais de
Forma Geral (12.1-7)
As
palavras acerca
dos dons espirituais indicam que Paulo está prestes a
introduzir outro assunto que os coríntios haviam mencionado na carta que lhe
escreveram.
Existe
uma debatida questão sobre se a palavra dons deveria ser incluída.
A palavra espirituais (pneumatika) é geralmente aceita como uma referência a “coisas
espirituais”1 ou aos dons
espirituais. O termo comum do NT para “dons” é charisma. Essa palavra não ocorre no texto, porém como todo o conteúdo
trata desse assunto, entendemos que seria correto interpretar o termo pneumatika com o significado de dons espirituais.
Em
Corinto o conceito que as pessoas tinham sobre os dons do Espírito havia se
degenerado. Como consequência natural, “os dons eram muito reverenciados, não
aqueles que eram os mais úteis, mas os que eram aparentemente mais
impressionantes. Entre eles o dom de línguas era o mais proeminente por ser o
mais expressivo da nova vida espiritual”.
A maioria dos dons relacionados por Paulo no
capítulo 12 foi ignorada e aquele que mais se distinguia dos outros era o dom
de falar em línguas. Parece que o interesse estava centralizado em adquirir o
poder de fazer coisas milagrosas e de provocar admiração na mente dos
descrentes. O Espírito Santo foi explorado com a finalidade de se obter
resultados sensacionais. “Parece que a sua função santificadora na vida dos
cristãos havia sido relegada a um segundo plano, e Ele era considerado o autor,
não da graça... mas dos [dons] charismas, e no vocabulário da época a palavra ‘espiritual’ era um
atributo imputado aos efeitos do espírito de poder, e não aos efeitos de um espírito de santidade”.
Dessa
maneira, o Espírito Santo passou a significar, na mente das pessoas comuns, não
o poder de crer, de esperar, de amar ou de ser puro, mas o poder de falar
admiravelmente, em êxtase, e de realizar feitos sensacionais.
“A
popularidade do dom, tanto na Igreja Primitiva como em alguns círculos
hoje, é
compreensível.
Quando um homem é
tirado de um êxtase,
ele sente seu espírito
banhado com o Espírito
divino, por isso ele está
intensamente ciente de contar com o apoio de Deus e na mais restrita comunhão
com ele”.
Fonte: Enciclopédia da Bíblia, VOLUME
DOIS » D—G
da Editora Cultura Cristã
O Espírito
Santo opera a favor de um único
propósito
(12.7-“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada
um para o que for útil”.).
Os dons, ministérios e resultados
produzidos por toda a obra têm um único propósito - beneficiar a igreja toda, e
glorificar a Deus. Dessa forma, os dons não devem alimentar a rivalidade ou
gerar a inveja.
Os dons espirituais são concedidos para
o que for útil, isto é, para beneficiar os outros. Eles
são destinados ao bem comum.
No Antigo Testamento, as profecias continham tanto as previsões de fatos que
viriam a ocorrer, quanto à proclamação de alguma mensagem de Deus. Para muitas
pessoas, o elemento da previsão superava o da proclamação. Outras preferiam
minimizar o elemento da previsão e consideravam a profecia como apenas uma
declaração da mensagem de Deus para a época em que viviam. Ambos os elementos
sempre estiveram presentes, embora a ênfase mais importante da profecia, mesmo
no AT, fosse a direta apresentação da mensagem de Deus às pessoas da época em
que o profeta vivia. No NT, a profecia podia ser ocasional (At 19.6) ou uma
função permanente (1 Co 12.28).
No Novo Testamento, a palavra profecia “é aquele dom especial que exorta e capacita certas pessoas
a transmitir revelações de Deus à sua igreja”. Um outro estudioso interpreta a
profecia como “uma inspirada transmissão de exortações, instruções ou
advertências”.
Whedon
nos dá uma abrangente definição: “Uma inspirada pregação; predizendo o futuro,
expondo misteriosas verdades, ou pesquisando os segredos do coração e do
caráter dos homens”. Paulo tem uma elevada opinião sobre a função dos profetas,
como indica a comparação que fez no capítulo 14 entre profetizar e falar em
línguas.
Discernimento
de Espíritos (12.10c- “e a
outro, o dom de discernir os espíritos”)
Todo cristão deve ter, em certo grau, a
capacidade de “provar os espíritos” (1 Jo 4.1). Pois, de outra forma, ele se
tornará uma vítima de falsas impressões exteriores ou de impressões
destruidoras interiores.
Aqui, o texto original fala sobre o
discernimento, querendo dizer que o cristão deve estar continuamente alerta
quanto à orientação do Espírito Santo.
Mas, aparentemente, alguns têm o dom de uma
visão especial interior, e o conhecimento e a habilidade de distinguir entre as
expressões proféticas a fim de saber se elas procedem de espíritos falsos ou do
genuíno Espírito de Deus.
Paulo
acreditava que existiam espíritos malignos operando nas igrejas dos gentios e
entre os cristãos gentios (1 Ts 2.2).
Em algumas ocasiões, estes espíritos se
manifestavam não só através de falsas profecias, mas também da realização de
milagres (At 19.13-16).
“Em
geral, havia uma imitação demoníaca dos charismata e da obra de Cristo”.
Uma
excelente descrição do dom de discernir
os espíritos é: “O poder de detectar o hipócrita, como Pedro fez com
Ananias; de distinguir os dons verdadeiros dos falsos; e de reconhecer a
genuína inspiração”.
O falar em línguas
(12.10d –“e a outro, a variedade de
línguas”)
A excessiva preocupação pelo dom de variedade de línguas representava o âmago do problema dessa seção.
A palavra línguas (glosson)
aparece sob várias interpretações: a língua falada ou a língua em ação; com
palavras raras, provinciais, poéticas ou arcaicas; a linguagem espiritual,
desconhecida pelo homem e pronunciada em um estado de êxtase; e a linguagem
conhecida ou dialeto.
Entre
os comentaristas mais antigos era costume interpretar tanto as línguas do
Pentecostes, como as línguas de Corinto, como línguas conhecidas. Escritores
como Lange, Calvino, Adam Clarke e Matthew Henry têm esta opinião.
Escritores mais recentes preferem fazer uma
distinção entre os dois tipos de línguas.
Um
estudioso que aceita as línguas do Pentecostes como sendo as línguas faladas na
ocasião, escreve sobre as línguas de Corinto: “Outros possuíam um estranho dom
chamado dom de línguas. Não sabemos exatamente do que se tratava, mas parece
ter sido uma espécie de exclamação inconsciente através da qual o orador
exprimia uma rapsódia apaixonada onde seus sentimentos religiosos recebiam
expressão e exaltação”.
Já um escritor contemporâneo afirma que “a
falta de qualquer necessidade de interpretação [no Pentecostes] torna difícil
identificar a situação com a'qual Paulo está procurando regulamentar a igreja
de Corinto”.
Parece,
pela discussão de Paulo sobre a situação dos coríntios, que o problema era a
exclamação em êxtase. A solução de Paulo considerava que esse dom certamente
não deveria ser admitido como parte do trabalho evangelístico da igreja, nem
entendido como extremamente significativo quando comparado com os outros dons.
Embora
toda essa questão seja bastante delicada, a opinião do autor é que havia um dom
válido de falar em línguas na Igreja Primitiva, e que Paulo tinha consciência
do verdadeiro dom pentecostal de falar línguas conhecidas.
Porém
as línguas faladas em Corinto podem não ter sido deste tipo. E bastante
possível que o verdadeiro dom de variedade de línguas, relacionado com o
Pentecostes, pudesse ter degenerado em expressões ininteligíveis na vida dos
instáveis cristãos de Corinto.
A Interpretação das Línguas (12.10e-“e a
outro, a interpretação das línguas”.)
Existem
duas explicações para o dom especial de interpretar as línguas. Uma delas é que
“este é um dom pelo qual Deus torna inteligível aquilo que está oculto em todas
as afirmações proferidas em êxtase”.
Outra
explicação foi sugerida por Adam Clarke: “Era necessário que, enquanto alguém
estivesse falando sobre as profundas coisas de Deus em um grupo onde vários dos
que estavam presentes não compreendiam - embora a maioria compreendesse - que
uma das pessoas conseguisse interpretar imediatamente o que estava sendo dito
àquela parte da congregação que não entendia a língua”.
O
versículo 11 insiste novamente no ponto principal de toda a discussão, isto é,
que todos os dons vêm do Espírito. O verbo opera está no presente, e “implica
que o Espírito concede esses dons continuamente”.
A unidade e a consistência do propósito divino
estão reveladas na expressão um só e o mesmo Espírito.
Diferentes
dons não indicam diferentes propósitos divinos. Deus não está se contradizendo,
nem causa qualquer atrito, na forma como distribui esses dons.
A
frase: repartindo particularmente a cada um indica que Deus lida com o homem em
uma base pessoal e individual. Como quer indica que o soberano Deus concede os
dons em harmonia com o seu propósito.
É Deus, e não o homem, quem escolhe o dom a
ser concedido. Portanto, o homem não deve impor qual dom deveria ser escolhido,
embora Paulo nos advirta dizendo: “Procurai com zelo os melhores dons” (12.31).
Certamente
nenhum dom deveria ser considerado uma prova de espiritualidade superior, e
nenhum deles deveria ser escolhido como uma exclusiva manifestação do Espírito
Santo, pois isso seria fazer uma distorção da obra do Espírito e romperia a
unidade divina.
A Profecia é Superior ao Falar em Línguas (14.1-40)
No
capítulo 12, Paulo apresentou uma discussão geral sobre os dons espirituais.
Ele não insistiu no problema que a capacidade de falar em línguas representava
para a igreja de Corinto. Ele acompanhou a discussão geral sobre os dons
espirituais com o hino de amor encontrado no capítulo 13.
O
amor, como foi apresentado por Paulo, é o maior de todos os valores
espirituais. Agora, para que ninguém perdesse sua linha de pensamento, Paulo
volta ao problema introduzido em 12.1. Ele escolhe a profecia, que também é um
dom relacionado à fala, para mostrar que o falar em línguas, não importando o
quanto sejam entendidas, ocupa uma posição inferior. Baseando-se neste
raciocínio, alguns entendem que o falar em línguas nunca pode ser considerado a
evidência incontestável ou indispensável do batismo no ou com o Espírito Santo.
1.
Limitações do Falar em Línguas (14.1-25 “Segui a
caridade e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de
profetizar”.)
1 coríntios 1 4 .1-5
a. A profecia é o dom mais importante (14.1). Em suas palavras
iniciais, Paulo usa dois verbos que são significativos: Segui a caridade e
procurai com zelo os dons espirituais. O verbo seguir (literalmente, perseguir)
“indica uma ação interminável, enquanto ‘procurai com zelo’ realça a
intensidade e não a continuidade da ação”.75 O amor deve ser buscado com
persistência, mas também é correto desejar os dons. Desses dons, Paulo coloca
em primeiro lugar a profecia, que está intimamente ligada à pregação. O
elemento essencial é a transmissão de uma mensagem diretamente inspirada por Deus.
Várias comparações entre falar em línguas e profetizar vêm a seguir, e indicam
as fraquezas e as limitações da glossolalia da maneira como era praticada em
Corinto.
b. A Profecia é
Entendida (14.2-3). Paulo tem a intenção de exaltar a profecia, mas procura
fazê-lo apontando antes as limitações dos “sons estranhos” (TEV).
I.
Ninguém entende o homem que fala em
línguas (14.2). Uma razão pela qual falar em línguas é inferior a profetizar
diz respeito ao fato de que as línguas não são compreendidas pelos outros. Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus.
A palavra estranha está em itálico em algumas versões, sugerindo que ela não
pertence ao texto original.
Entretanto, os tradutores da versão KJV em
inglês captaram corretamente o significado das palavras de Paulo; portanto seu
uso não distorce o significado da sentença.
A frase porque ninguém o entende sugere que o dom discutido
aqui não é o mesmo que o falar em outras línguas que ocorreu no dia de
Pentecostes (At 2.4). O homem que pratica esse dom não está falando aos homens,
mas está envolvido em uma expressão pessoal de louvor a Deus.
Em
Espírito significa provavelmente o espírito da
própria pessoa, tomado de exaltação e de emoção.76 Nessas condições, a pessoa
fala de mistérios que nem ela, nem qualquer outra pessoa entendem, exceto
alguém que possa interpretar. Como aquilo que é dito por meio do falar em
línguas é desconhecido dos homens, esta expressão também é inferior à profecia.
II.
A profecia é compreendida pelos homens
(14.3). Em contraste com a natureza desconhecida das expressões proferidas em
êxtase, a profecia serve ao propósito de edificar, exortar e
consolar. A palavra edificar (oikodomen) significa “construir como um processo, uma
edificação”.
Paulo emprega essa palavra no sentido
de edificar o caráter cristão.
Exortar significa “avisar, encorajar”.
Consolar é a clássica tradução de paramythia, que no grego clássico significa “qualquer pronunciamento
feito com o propósito de persuadir, estimular, despertar, acalmar ou consolar”.
Dessa forma, a profecia é um inspirado
pronunciamento que todos os homens entendem; ela serve para edificar o caráter
cristão, encorajar, fortalecer, confortar ou consolar.
c.
A profecia edifica a
igreja (14.4-6). Como a profecia é entendida pelos homens, ela edifica a igreja (4). Falar em línguas
desconhecidas serve apenas para fortalecer o indivíduo. Entretanto, Paulo não
proíbe completamente esta prática: Quero
que todos vós faleis línguas estranhas.
O
verbo quero, ou desejo (thelo),
“não expressa uma ordem, mas uma concessão sob a forma de um desejo improvável
de ser realizado (cf. 7.7)”.
Quanto
a essa declaração, Bruce escreve: “E provável que Paulo receasse ter ido muito
longe ao rejeitar as línguas. Portanto, ele deixa claro que não está proibindo
as línguas, mas insistindo na superioridade da profecia”.
Como
era difícil fazer a distinção entre um dom válido de falar em línguas, ou a
legítima expressão de um desejo de êxtase espiritual, e uma inválida expressão
de alegria pessoal, Paulo preferiu não proibir o falar em línguas.
Entretanto
ele indica, de forma rápida e distinta, que o dom de profecia é superior: ...mas muito mais que profetizeis.
O critério de avaliação de qualquer dom
é o seu valor para a igreja. Mesmo quando
Paulo
faz a concessão do falar em línguas, ele imediatamente insiste que seu valor é
menor que a profecia, a não ser que elas sejam interpretadas para que a igreja
receba edificação (5). As palavras a não ser que também interprete “não se
referem à particular interpretação de uma mensagem transmitida em línguas, mas
ao dom permanente da interpretação... Paulo tem em vista uma pessoa que recebeu
dois dons, o de falar em línguas e o de ter a sua interpretação”.82 Dessa
forma, o apóstolo indica que qualquer glossolalia deveria ser interpretada para
fortalecer a congregação.
Quando
Paulo faz alusão à sua futura visita a Corinto, ele novamente faz da edificação
da igreja o critério pelo qual se estabelece o valor dos dons do Espírito: Que
vos aproveitaria, se vos não falasse ou por meio da revelação, ou da ciência,
ou da profecia, ou da doutrina? (6)
d. Falar em línguas de forma desordenada pode levar à confusão
(14.7). Nesta seção Paulo continua a enfatizar a superioridade da profecia
sobre o falar em línguas.
I.
A analogia da música (14.7). Primeiro,
o apóstolo escolhe um exemplo para mostrar que sons indistintos levam à
confusão. Mesmo coisas inanimadas, como a flauta ou a cítara, devem emitir sons
distintos. De outra forma, poderá resultar uma dissonância sem propósito. A
flauta (aulos)
representava os instrumentos de sopro enquanto a cítara (kithara) representava os
instrumentos de corda. Nenhum deles produz qualquer música compreensível, a não
ser que sejam tocados de acordo com alguma forma ou ordem.
II.
A analogia do soldado (14.8). Na antiguidade,
a trombeta chamava o povo para se preparar para a guerra, e transmitia a
direção da luta. Mas se a trombeta de guerra produzisse apenas um som incerto e
não um comando militar reconhecido à distância pelos homens, quem se prepararia
para a batalha? Um som ao acaso da trombeta não agruparia o povo para a luta
nem daria as diretrizes adequadas da batalha. Se o sinal for incerto, o
resultado será a confusão e a desordem.
III.
A analogia da religião (14.9-12). Agora Paulo
faz a aplicação ao problema que enfrenta - uma ênfase errada colocada no ato de
falar em línguas. Se... não pronunciardes palavras bem
inteligíveis, como se entenderá o que se diz?... estareis como que falando ao
ar (9), isto é, falando inteiramente em vão.
No
versículo 10, Paulo prossegue: Há...
tanta espécie de vozes no mundo. “Por vozes, entenda-se línguas”.
Todas as diferentes línguas têm significado,
pois o seu propósito é a comunicação. Portanto, será necessário conhecer o sentido da voz (11).
A palavra sentido (dynamis) indica poder, recursos ou habilidade. A
fala que não é entendida não tem o poder de comunicar.
De
acordo com Paulo, se alguém não entende o que está sendo falado, ele se torna
um bárbaro. Esse termo foi
provavelmente usado originalmente para aqueles que emitiam ruídos guturais e
ásperos. Mais tarde, ele foi “aplicado a todos aqueles que não falavam a língua
grega”.
Assim,
essa palavra veio a representar alguém cuja língua não tinha sentido. Portanto,
“a linguagem em êxtase, que parecia aos coríntios uma questão de orgulho,
transformou-se no meio de torná-los nada mais do que bárbaros”.
1
Coríntios 14 .12 -1 9
No
versículo 12, Paulo volta incansavelmente ao seu ponto de maior ênfase: Assim, também vós, como desejais dons espirituais,
procurai sobejar neles, para a edificação da igreja. O primeiro objetivo do
cristão deve ser a edificação da igreja e o fortalecimento dos seus membros. Se
o crente quiser promover o bem-estar da igreja, ele analisará os seus dons de
acordo com este critério.
e)
Falar em línguas pode se tornar algo de pouco valor prático (14.13-25). Como o
dom de falar em línguas, da maneira como era praticado pelos coríntios, tinha
pouco valor prático, Paulo insiste em um curso de ação que será mais benéfico
para a igreja.
I.
A necessidade do dom de interpretação
(14.13). Nesse ponto, Paulo volta a insistir: O que fala língua estranha, ore
para que a possa interpretar. Aquele que profere as suas palavras por meio de
uma expressão apaixonada, também deve orar para que receba a habilidade de
interpretar as suas declarações para a igreja.
II.
A importância do entendimento
(14.14-15). Um homem que ora em língua estranha não está usando seu
entendimento (14; nous). Esta palavra
significa a mente, ou o pensamento.
Falar ou orar em outras línguas de nada adianta para os
outros. No versículo 15 Paulo afirma: Orarei
com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o
entendimento.
Orar e cantar em diversas línguas pode representar uma
liberação emocional e fazer com que a pessoa se sinta inspirada, mas nada
acrescenta ao entendimento do evangelho.
III.
Línguas desconhecidas não ajudam a
congregação (14.16-17). Na congregação cristã haveria os indoutos (16). Esse
termo indica os inquiridores que ainda não haviam se comprometido com Cristo,
ou os cristãos da igreja que ainda não haviam recebido nenhum dom. Nos dois
casos, estas pessoas não seriam capazes de entender as palavras e de confirmar
ou dizer Amém nas orações. Seria suficiente dar graças (17), mas mesmo nessas
reuniões de louvor é necessário procurar fortalecer a igreja.
IV.
Será melhor ouvir palavras claras do que
inumeráveis ruídos (14.18-20).
Aqui
as advertências de Paulo são gentis. Ele se identifica com aqueles que falam em
línguas: Dou graças ao meu Deus, porque
falo mais línguas do que vós todos (18).
Na obra Notes, Jerônimo
diz que Paulo está exultante com sua habilidade de falar em línguas. Parece
lógico aceitar a opinião de Jerônimo sobre a habilidade de Paulo de falar
diversas línguas, pois seu treinamento e experiência teriam feito dele um
excelente linguista, um mestre de línguas.
1
Coríntios 14 .1 9 -2 4
Cinco
palavras claras valem mais do que um número infinito de palavras que ninguém
entende. Depois, o apóstolo indica que toda essa comoção a respeito das línguas
era uma infantilidade, e repreende adequadamente os coríntios: Irmãos, não sejais meninos no entendimento
(20). Godet interpreta seu significado dessa maneira: “E, realmente, uma característica da
criança preferir o divertido ao útil, o brilhante ao sólido. E isso era o que
os coríntios faziam com seu acentuado gosto pela glossolalia”. No
entanto, na malícia eles deveriam ser como meninos (nepiazete, infantis).
Moffatt traduz o versículo 20 da seguinte
forma: “Irmãos... quanto ao
mal sejam como simples crianças; mas sejam maduros na sua inteligência”.
V.
As línguas estranhas já foram um
castigo (14.21-22). Nesse ponto, Paulo introduz uma observação extremamente
solene. Embora os coríntios considerassem o ato de falar em línguas alguma
coisa a ser desejada, Paulo afirma que isso poderia ser um sinal do desagrado
ou de alguma punição de Deus para os infiéis.
O apóstolo faz uma paráfrase da advertência existente em
Isaías 28.11 quando escreve aos coríntios: Por
gente doutras línguas e por outros lábios, falarei a este povo; e ainda assim
me não ouvirão, diz o Senhor (21). Vincent escreve: “O tema
dessa citação é que o ato de falar línguas estranhas foi um castigo pela
incredulidade do povo de Deus durante o período do AT”.
Por esta punição eles foram levados a ouvir a voz de Deus
‘falando através das severas ordens dos invasores estrangeiros,falou quando
citou esse versículo de Isaías, Paulo estava lembrando aos coríntios a
infantilidade e rebelião deles, e não encorajando o falar em outras línguas.
Por outro lado, a profecia não é para os incrédulos, mas
para aqueles que crêem, para os fiéis. A profecia traz a verdadeira mensagem de
Deus à igreja.
VI.
Falar em línguas pode não ajudar os
incrédulos (14.23-25). Agora Paulo apresenta um caso hipotético para os coríntios.
O que acontecerá se toda a igreja se congregar num lugar, e todos falarem
línguas estranhas (23).
Como esse dom era desejável, conforme indicavam os
coríntios, toda a igreja tinha o direito, e até a obrigação, de buscá-lo. Mas o
que aconteceria se os incrédulos viessem a essa igreja, onde todos estivessem
falando em línguas de forma desordenada? Não dirão, porventura, que estais
loucos? Paulo não estava preocupado com as pesquisas de popularidade
eclesiástica. Nem estava ajustando a mensagem do evangelho para conformá-la ao
molde da opinião pública. O apóstolo entendia que a tarefa da igreja era atrair
os incrédulos e conquistá- los para Cristo. Ele estava alarmado com o fato de
que, ao invés de ajudar a converter os pecadores, o ato de falar em línguas de
forma desordenada poderia despertar somente o escárnio e o desprezo dos
descrentes.
O
resultado da profecia é diferente. Se todos profetizarem, e algum indouto ou
infiel entrar, de todos é convencido, de todos é julgado (24). A palavra
convencido (elenchetai)
significa convicto ou reprovado
pelos seus pecados. Ela é usada em João
16.8 fazendo referência à obra do Espírito Santo de convencer “o mundo do
pecado, e da justiça, e do juízo”. Julgado (anakrinetai) implica inquérito ou as profundas
afirmações do coração da pessoa que revelam a sua condição de incrédula.
1
Coríntios 14.2 4 -2 9
Até
mesmo as coisas remotas ou há muito tempo escondidas do escrutínio público
desfilam perante a sua consciência, pois agora os segredos do seu coração
ficarão manifestos (25). Dessa forma a profecia produz os resultados redentores
procurados pela igreja de Deus, pois o incrédulo lançando-se sobre o seu rosto,
adorará a Deus. Para o incrédulo, então, as línguas proferidas em um ambiente
desorganizado são um sinal de loucura. Mas a profecia leva os homens a Deus.
Restrições na Igreja (14.26-40)
Ao
tratar do excessivo interesse dos coríntios pelo dom de falar em línguas, Paulo
não os desafia abertamente nem proíbe essa prática, mas os ensina como
utilizá-la de forma saudável.
a
A regra da edificação (14.26). A
primeira diretriz de Paulo era: Faça-se tudo para a edificação. Quando os
coríntios se reuniam para adorar a Deus, cada parte do culto deveria contribuir
para a edificação da igreja. O Salmo (hino), a doutrina (ensinamento cristão),
a língua (alguma expressão em uma linguagem que não era geralmente conhecida),
a revelação, a interpretação da língua - tudo deveria ter o propósito de
fortalecer a igreja.
b
Somente dois ou três deveriam ter permissão de
falar (14.27a). Paulo coloca um limite no número de pessoas que teriam
permissão para falar em línguas estranhas em qualquer reunião pública. Faça-se
isso por dois ou, quando muito, três. Tal restrição eliminaria a confusão e a
frustração que poderiam ocorrer se a maior parte do culto fosse dedicada a tais
atividades.
c
Devem falar um de cada vez (14.276). Além do
limite do número de pessoas que podiam falar em línguas, estas deveriam falar
uma de cada vez. Esta restrição iria eliminar a confusão gerada por várias
pessoas falando ao mesmo tempo em um culto público.
d
Deve haver um intérprete (14.27c-28a).
A terceira regra de Paulo era: E haja intérprete. Mas, se não houver
intérprete, esteja calado na igreja. Tudo aquilo que é dito em línguas
estranhas deveria ser acompanhado por uma interpretação. De acordo com Morris, esta
restrição “nos mostra que não devemos pensar que as línguas’ eram o resultado
de um irresistível impulso do Espírito Santo que levava os homens a fazer um
discurso em êxtase e desorganizado. Se eles preferissem, poderiam manter
silêncio, e isso é o que Paulo os instruiu a fazer em certas ocasiões”.
e
O ato de profetizar estava sujeito a
uma regulamentação (14.29-33a). Assim como o falar línguas estranhas estava
sujeito a certas regras, o mesmo acontecia com a profecia: E falem dois ou três
profetas (29).
Aqui o apóstolo está novamente preocupado com o fato de
nenhum grupo ou dom se tornar dominante. Embora Paulo tivesse deliberadamente
classificado a profecia como superior ao falar em línguas, ele não iria
permitir uma excessiva exposição de qualquer dom, mesmo que se tratasse de um
dom classificado como “superior”. Além disso, aquele que profetizasse poderia
estar sujeito a cometer erros. Portanto, Paulo diz: e os outros julguem.
1
Coríntios 14 .2 9 -3 5
A
palavra julgar (diakrinetosan)
significa discernir, discriminar.
“Era dever de todos examinar se aquilo que estava sendo declarado estava de
acordo com a verdade”.
Uma
outra regulamentação eliminava a rivalidade por uma posição mais favorável na sequencia
profética. Parece que certos membros da igreja, os profetas, podiam ser
indicados como oradores nos cultos de adoração. Mas se alguma outra pessoa, que
estivesse assentada (30) desejasse falar, o orador indicado poderia ceder a vez
para ela. Dessa maneira, todos poderiam contribuir, não haveria confusão,
ninguém iria dominar a reunião e todos seriam edificados.
No
versículo 32 Paulo afirma novamente que a obra do Espírito Santo não produz
incontroláveis manifestações de oratória. O homem nunca é um ser mais
verdadeiro do que quando sob a influência do Espírito Santo.
Assim, Paulo escreve: E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas (32). A versão
TEV interpreta o versículo 32 da seguinte forma: “O dom de transmitir a mensagem de Deus deve estar sob o controle do
orador”.
Paulo
“estabelece o princípio de que, na verdadeira profecia, o controle e a
consciência nunca se perdem”.
A profecia é um meio de iluminação espiritual,
mas o profeta pode ficar em silêncio, se quiser. Embora o Espírito Santo opere
diretamente na igreja, Ele não é Deus de confusão, senão de paz (33).
E
por fim voltando no capitulo 12, Paulo menciona a igreja como um corpo com
muitos membros: “Vós sois o corpo de
Cristo”. Todos os dons são
concedidos para contribuir com a unidade e o bem-estar do corpo, 1coríntios 12.11-14.
1. A Unidade da Igreja Representa uma Unidade Vital (12.12)
O
corpo humano é um organismo vivo que tem vários membros. Cada membro é
diferente; no entanto, cada um deles faz uma contribuição específica a todo o
corpo. Porém, a despeito de seus diferentes membros, o corpo contém uma vida
comum que opera em cada um dos seus membros. Assim, Paulo escreve que o corpo é
um e tem muitos membros.
Os
vários e diferentes membros formam um só corpo. O apóstolo conclui: assim é
Cristo também.
A
unidade dos cristãos, como a unidade física do corpo, é vital. “A mesma vida
espiritual existe em todos os cristãos, e ela se origina da mesma fonte,
suprindo-os com a mesma energia, e preparando-os para os mesmos hábitos e
objetivos”.
“Porque,
assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos,
são um só corpo, assim é Cristo também”. 1 Co 12.12.
Paulo
faz um resumo dos dons em 1 coríntios 13.1-“Ainda
que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos e não tivesse caridade, seria
como o metal que soa ou como o sino que tine”.
2-“E ainda que
tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e
ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não
tivesse caridade, nada seria”.
O seu propósito aqui é encorajar os coríntios a buscarem o
amor e não apenas os dons. A razão desta atitude é que os dons só podem ser
vistos sob a perspectiva correta à luz do amor. No NT, a palavra
para amor (que em
algumas traduções é expressa como caridade) é ágape.
“O Maior Dom” é o amor por que:
1. É o dom mais essencial, 1-3;
2. É uma característica acentuada de Cristo, 4-6;
3. É o dom mais abrangente, 7;
4. É o dom mais permanente, 8-13.
Os dons têm um lugar especial na igreja e são muito úteis.
Mas o amor representa a essência da vida cristã, e é absolutamente necessário.
Deus em Cristo vós abençoe.
Fonte: Comentário Bíblico Beacon, 8 Vol.
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